Em comunicado enviado às redações, o partido diz que o candidato presidencial apoiado pelo Podemos "violou reiteradamente, e de forma grave, os termos do referido acordo".
Este posicionamento surge em reação a afirmações recentes do assessor de Mondlane, Dinis Tivane, quem afirmou que a tomada de posse dos deputados do partido seria uma “traição”.
“A tomada de posse do partido Podemos seria, sim, uma traição, porque o povo está a fazer uma luta, está nas ruas", disse Tivane num curto vídeo colocado na rede social Facebook no qual defendeu ainda a rejeição dos resultados promulgados pelo Conselho Constitucional
No comunicado em que diz que o processo está encerrado, depois de ter esgotado todos os recursos legais, o Podemos afirma que a relação jurídica com Venâncio Mondlane assenta-se "num acordo político subscrito livre, consciente e voluntariamente pelas partes, mas jamais coloca em causa a independência dos mutuários do acordo".
Por isso, "qualquer análise sobre o cumprimento ou incumprimento das obrigações deve ser feita à luz deste acordo, que estabelece claramente os deveres e responsabilidades de ambas as partes", continua a nota assinada pelo secretário-geral Sebastião Mussanhane, que reitera não ser "possível sustentar alegações de traição ou incumprimento por parte do Podemos, que se manteve sempre dentro dos limites acordados, e muitas vezes subordinou-se a estratégias unilaterais da outra parte assumindo todas as consequências que daí advêm".
O partido vai mais longe e assegura que "Venâncio Mondlane violou reiteradamente e de forma grave os termos do referido acordo, em múltiplas ocasiões, desde o período da campanha”.
O segundo partido mais votado a 9 de outubro, de acordo com os resultados proclamados pelo Conselho Constitucional, considera que o processo está juridicamente encerrado, apesar de Mondlane ainda reclamar por justiça eleitoral.
"O Podemos continuará a colocar as questões do povo moçambicano como a sua principal prioridade, adotando uma postura participativa e responsável, sempre atento às atuais circunstâncias políticas e aos desafios que se colocam ao país”, conclui o comunicado do partido que vai liderar a oposição ao ter a segunda maior bancada parlamentar, depois da Frelimo.
A Renamo e o MDM também integram a Assembleia da República, onde o partido no poder detém uma maioria qualificada.
Refira-se que Venâncio Mondlane anunciou no domingo, 5, que regressa na quinta-feira, 9, a Maputo para dar início à nova fase de protestos contra os resultados eleições, que considerada fraudulentos, denominada "ponta-de-lança".(VOA)
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