JESUS CRISTO É O PÃO VIVO QUE DÁ A VIDA ETERNA

      





    Hoje celebramos o Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum. A liturgia da palavra de hoje retoma a temática do seguimento, fé e do pão, presente na primeira leitura e no Evangelho.
    Na primeira leitura, o povo eleito de Israel começou a murmurar no deserto contra Moisés, Aarão e Deus, com saudades das panelas de carne e do pão que comia no Egipto durante a escravidão. O povo preferia a condição de escravidão ao projecto de libertação de Deus, pois lá tinha algum benefício de alimentação. No entanto, o Senhor, bondoso e misericordioso, deu-lhes maná e codornizes para que se alimentassem, não com a intenção de voltar para trás, mas para continuar a caminhar com firmeza rumo à terra prometida, terra da libertação.
    Devido à mentalidade de reclamação e murmúrio, o povo hebreu esqueceu-se da mão poderosa de Deus, demonstrada desde a saída do Egipto. Pronto para desistir do projecto libertador, enfrentavam dificuldades e aridez, sem conseguir vislumbrar a terra prometida. Esta sensação de abandono e dificuldades não nos é estranha. Estamos a trilhar no deserto da vida, encontrando surpresas diárias que levam alguns a desistir de Deus e a mudar de religião, acreditando que Deus deve resolver seus problemas e garantir-lhes bonança sem esforço. Esta mentalidade empobrece a vida de fé e pessoal, pois quando Deus não responde às expectativas, começam a reclamar, e a reclamação atrapalha a vida em todas as dimensões.
    Reclamar demais pode tornar-nos pessoas extremamente negativas, afastando os outros. A gratidão é um exercício que nos torna pessoas mais positivas. Quanto mais exercitamos a gratidão, mais encontramos soluções para os nossos problemas, somos mais criativos e resolvemos as coisas quando surgem problemas. A diferença entre uma pessoa com mente positiva e uma com mente negativa, a "mente do deserto", é evidente. A pessoa negativa só sabe reclamar e não encontra soluções para os seus problemas, ficando tudo mal resolvido.
    Mensagem É preciso confiar na providência divina. Deus está sempre de braços abertos para nos acolher e auxiliar na nossa caminhada. Assim como deu o maná e codornizes ao povo da antiga aliança, Ele nos dá um Pão que é alimento verdadeiro, alimento que dura para sempre: a vida eterna que é o próprio Jesus Cristo, que se doa. Este evangelho situa-se após a multiplicação dos pães, meditada no domingo passado, que nos ensinou sobre a partilha. Contudo, a multidão ainda não havia aprendido, e segue Jesus não pelo ensinamento da partilha, mas para saciar o estômago sem compromisso com a justiça e fraternidade.
    É mais fácil estar de braços cruzados e esperar que Deus opere algum milagre para resolver a nossa situação precária, mas isso é impossível sem determinação e compromisso social para sanar situações que perpetuam a pobreza. A desigualdade que observamos é fruto de individualismo e da dificuldade da partilha equitativa. São Paulo, na sua carta aos Efésios (Ef 4, 17.20-24), diz-nos que não podemos proceder como os pagãos que vivem na futilidade. É necessário revestirmo-nos do homem novo e abandonarmos o homem velho, que só sabe murmurar, pular de religião em religião em função de benefícios pessoais, corrompido com desejos enganadores. Quem vive como pagão, vive afastado de Deus, mesmo que esteja enfiado dentro de igreja.
    Para nos revestirmos do homem novo, temos que acreditar na obra primária de Deus, conforme ouvimos no Evangelho: alimentar-nos sempre do pão vivo que desceu do céu, que dá a vida eterna ao mundo: a Eucaristia e vivermos na justiça. Isso faz parte do processo de libertação e da conquista da terra prometida, para construirmos um mundo mais justo. Pensemos sobre isso e peçamos sempre o auxílio do Senhor para que purifique os nossos corações para que correspondamos sempre aos seus apelos.
    LEITURA I: Êxodo16,2-4.12-15
    SALMO RESPONSORIAL: Salmo 77 (78)
    LEITURA II: Efésios4,17.20-24
    EVANGELHO: João 6,24-35







    Pe. Armindo Paróco do S. Agostinho,
     Vigario Episcopal da Vigararia leste



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