Neste Domingo celebramos o Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum, e a liturgia da Palavra traz à tona o tema vocacional, onde Deus, por sua própria iniciativa, chama as pessoas para uma missão muito importante que visa à concretização do anúncio do seu Reino. Quando Deus chama, é porque tem um grande propósito: a manifestação e a glorificação do seu nome. Além disso, Ele deseja que as pessoas tenham sede de conhecê-l'O. Para que isso se torne realidade, é necessário desvencilhar-se de tudo aquilo que vai contra o seu projecto de salvação e vontade.
Portanto, o objectivo do chamamento, como podemos verificar tanto na primeira leitura (Amós 7, 12-15) quanto no Evangelho (Marcos 6, 7-13), é prolongar a acção libertadora de Deus mediante a missão e denunciar tudo aquilo que abusa e denigre a dignidade e identidade de Deus. Na primeira leitura, o profeta Amós denuncia o culto vazio e espiritualmente seco praticado no santuário real de Betel por alguns sacerdotes desviados, que agiam por interesses políticos e religiosos e estavam cheios de injustiças.
No Evangelho, Jesus envia os doze Apóstolos em missão, com o intuito de anunciarem o Reino de Deus e lutarem contra o mal que ameaça a vida e a existência humana, representado pelos espíritos impuros. A missão, na óptica do Evangelho de hoje, tem uma dimensão comunitária, embora a vocação seja individual, pois Deus chama cada pessoa como indivíduo e à sua maneira. No entanto, a missão não deve ser vista nem realizada de maneira individualista. Outro detalhe a ser considerado neste Evangelho é que o Mestre, antes de enviar os Apóstolos, os forma, capacita e dá recomendações, mostrando como deveriam proceder na missão, pois não se pode ir à missão sem rumo, projecto e orientação. Quando assim é, é mais fácil perder-se nas surpresas que vão surgindo. A preparação espiritual e intelectual é muito preponderante para o serviço na Igreja, pois não se pode confiar apenas na boa e ingénua vontade; o próprio Senhor é quem capacita. Para que a missão seja bem realizada conforme os desígnios do Senhor, deve-se superar todos os perigos do desvio causados pelo apego às coisas superficiais, assim como o apóstolo Paulo, após o seu chamamento, considerou tudo como perda por causa da maravilha do conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Para ele, colaborar no Reino de Deus é uma bênção divina, reservada apenas aos que são escolhidos em Cristo e que devem ser irrepreensíveis, conforme a Segunda Leitura (Efésios 1, 3-14).
Mensagem: O convite vocacional é estendido, na actualidade, a todos nós baptizados, para que possamos sentir-nos chamados e enviados para o anúncio do Reino de Deus. Esta missão não é unicamente reservada aos bispos, sacerdotes, irmãs, irmãos e leigos consagrados, mas é estendida a todos os baptizados, conforme as catequeses que estudamos no mês de Junho, que foi mês vocacional na nossa diocese de Pemba. Agradeçamos ao Senhor pelas vocações que Ele tem suscitado na nossa diocese. De forma especial, rezemos pelo nosso querido filho e irmão Diácono Ernesto, que será ordenado sacerdote, para que o Senhor o cumule de bênçãos e graças para que viva o seu sacerdócio com fidelidade. Amém.
Pe. Armindo Paróco do S. Agostinho, Vigario Episcopal da Vigararia leste |
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