Alfabetizadores de Cabo Delgado expressaram a sua insatisfação durante a cerimónia provincial realizada na cidade de Pemba, que reuniu vários profissionais da Educação, alfabetizadores, alfabetizandos e outros participantes, no âmbito da celebração do Dia Internacional da Alfabetização, assinalado anualmente a 8 de setembro.
Uma alfabetizadora, na sua intervenção, afirmou que as relações entre as técnicas da Direção Provincial da Educação e os centros de Alfabetização e Educação de Adultos (AEA) deixam os profissionais com “10% de alegria e 90% de tristeza”. Destacou ainda que não receberam subsídios durante três meses em 2023, todos os meses de 2024 e sete meses em 2025.
A mesma alfabetizadora denunciou ainda falta de empatia por parte de alguns responsáveis, alegando que, ao tentarem reclamar pelos seus direitos, são barrados, recebem respostas duras ou encontram os telefones desligados.
No final da sua intervenção, a educadora apelou ao Governo Provincial de Cabo Delgado para que haja maior flexibilidade e compromisso na resolução dos problemas enfrentados pelos alfabetizadores.
Por sua vez, o Diretor Provincial da Educação, Ivaldo Quincardete, reconheceu a gravidade da situação, considerando a reclamação “justa e legítima”. Sublinhou que se trata de um problema de caráter nacional e garantiu que está em curso um trabalho para o pagamento dos sete meses de dívida do presente ano.
Quincardete anunciou ainda o aumento do subsídio, que passará dos atuais 650 meticais para 1.500 meticais, com a meta de atingir 2.500 meticais, no quadro do plano de ação para acelerar a alfabetização.
Os alfabetizadores aguardam agora que as promessas feitas se transformem em soluções concretas para os problemas salariais que enfrentam há anos.
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